quinta-feira, 14 de outubro de 2010


Luciano Coutinho

Coutinho defende ação para conter a queda do dólar


O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse que a valorização do real é uma preocupação no governo, assim como da iniciativa privada. Em almoço na sede do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), no Rio, Coutinho defendeu uma ação para conter a queda do dólar.  "Considerando o interesse nacional, não é sensato ficar inerme diante dessa avalanche de capitais ingressando no País, que pressiona o câmbio", afirmou Coutinho, respondendo a uma pergunta da plateia de executivos, embora tenha se recusado a opinar sobre que medidas poderiam ser tomadas. "Como? Não é minha competência ou de um banco de fomento", disse Coutinho, endereçando a pergunta ao Ministério da Fazenda e ao Banco Central. Para Coutinho, o País é prejudicado pela estratégia de recuperação das economias mais desenvolvidas fortemente centrada numa política monetária mais frouxa, com juros baixos. "A emissão monetária desses países vai multiplicar a liquidez e gerar tensões muito fortes nas economias com melhores perspectivas", disse Coutinho, respondendo uma pergunta da plateia de executivos. "A economia brasileira reúne um conjunto de condições favoráveis para atrair investimentos diretos, em renda variável, do tipo ''carry trading'', o que realmente constitui um grande desafio para as autoridades macroeconômicas criarem instrumentos de resistência", acrescentou. Em entrevista na saída, Coutinho disse que o câmbio prejudica ainda mais as vendas do Brasil no exterior, especialmente as de produtos manufaturados, cuja exportação passaram a contar com linhas subsidiadas do BNDES a partir deste segundo semestre. "Como os mercados internacionais encolheram, a concorrência ficou muito acirrada. Como a taxa de juros em vários países é muito mais baixa, a intenção (dos financiamentos) era um pouco equalizar, dar condições mais equânimes para esses setores não perderem mercado porque a situação era difícil. Com câmbio, a situação fica ainda mais difícil", afirmou. "A taxa de câmbio afeta a renda exportadora na veia."

Fonte: Estadão - Alexandre Rodrigues, da Agência Estado

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