quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Dominique Strauss-Kahn


Para FMI, recuperação é frágil, mas nova onda de recessão é improvável

O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, elencou hoje a sustentabilidade fiscal, a recuperação do emprego, a reforma financeira e a cooperação entre países diante da guerra cambial como desafios para a recuperação da economia global. Por ocasião do encontro anual do FMI e do Banco Mundial, Strauss-Kahn comentou em Washington que a recuperação mundial ainda é frágil, mas considerou pouco provável a possibilidade de uma segunda etapa de recessão econômica, chamada por economistas de "double-dip" (queda dupla, numa tradução livre). "A recuperação claramente está acontecendo, mas, como todos sabem, ainda é frágil. E é frágil porque, em parte, é irregular", afirmou o diretor, citando as diferenças entre a recuperação mais rápida na América do Sul, Ásia e África em relação às economias da Europa e dos Estados Unidos. "Quando você olha para a Ásia, quando você olha para a América do Sul, você vê taxas de crescimento muito altas e, obviamente, a crise acabou nessas partes do mundo", assinalou. Strauss-Kahn criticou a manipulação do câmbio por alguns países com vista a vantagens competitivas, solicitando uma maior cooperação mundial. "O que todos nós queremos é o reequilíbrio da economia global e esse reequilíbrio não pode acontecer sem uma consequência natural disso, que é uma mudança no valor relativo das moedas." Além disso, ele apontou que a sustentabilidade fiscal continua sendo um problema para alguns países, principalmente, para aqueles que entraram na crise com elevado nível em dívida. Por outro lado, reconheceu que o apoio estatal ainda é necessária nos países em que a recuperação e a demanda privada são frágeis. O diretor do fundo também apontou que a crise não será superada enquanto as taxas de desemprego não caírem significativamente, e muito ainda precisará ser feito quanto à supervisão e regulação financeira, apesar dos avanços obtidos com o acordo de Basileia III - que reforça a necessidade de capitalização dos bancos.

Fonte: O Globo - Eduardo Laguna

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