Hugo Chávez
Venezuela garante transparência em eleições legislativas
As autoridades eleitorais da Venezuela minimizaram na quinta-feira acusações de fraude e garantiram transparência nas eleições legislativas marcadas para domingo, vistas como cruciais para medir o apoio ao presidente Hugo Chávez. O governo não convidou organismos internacionais, como a Organização dos Estados Americanos (OEA) ou a União Europeia, para observar as eleições, o que levantou suspeitas de parte de setores da oposição, que advertiram sobre possível fraude. "Podem ter certeza de que o sistema eleitoral venezuelano -para não pecar de falsa modéstia- é o mais seguro do hemisfério e não seria exagero dizer que é o mais seguro do mundo", disse a presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Tibisay Lucena. "Temos certeza de que a vontade popular se confirmará de forma cristalina com os resultados que vamos anunciar ao final da jornada de votação", acrescentou Lucena em reunião com cerca de 150 observadores eleitorais estrangeiros. Observadores participaram nesta quinta-feira de um seminário no qual receberam informações sobre o sistema automatizado de votos no país. Uma das autoridades do poder eleitoral venezuelano disse esta semana à Reuters que o sistema de votação da Venezuela é do século 21, mas que o controle da campanha é do século 19, ante críticas sobre a transparência do processo. Por outro lado, um observador estrangeiro comentou que espera poder ter "liberdade" para transitar nos diferentes distritos eleitorais, "Se não há liberdade para transitar, se apenas recebemos instruções, (então) é uma forma de restringir", declarou à Reuters o presidente do Conselho Eleitoral Provisional (CEP) do Haiti, Gaillot Dorsainvil. Um outro observador internacional, que preferiu o anonimato, fez, entretanto, uma dura crítica: "O governo de Chávez e todos os órgãos e poderes que o formam não dão garantias para eleições transparentes." A oposição não participou das eleições legislativas de 2005 depois de denunciar vantagens oficiais, o que levou os partidários de Chávez a ficar com o controle da Assembleia Nacional com uma participação de apenas 25 por cento do eleitorado. Neste ano está prevista a participação de 70 por cento dos 17,7 milhões de eleitores convocados. O secretário geral da OEA, José Miguel Insulza, disse na quarta-feira que não tinha nenhuma preocupação com a forma como vem sendo conduzida a eleição venezuelana.
Fonte: O Globo - (Reportagem de Diego Oré) e Agência Reuters
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