segunda-feira, 13 de setembro de 2010



Europa fecha em alta após novas regras de Basileia


As bolsas europeias fecharam em alta, reagindo ao acordo global sobre as novas exigências de capital para bancos e a dados econômicos da China, que impulsionaram o sentimento positivo. O índice pan-europeu Stoxx 600 avançou 0,66% e fechou em 266,45 pontos. As novas regras do Basileia 3 para o setor bancário visam prevenir as atividades de risco que desencadearam a crise financeira global em 2008. Com as novas regras, os bancos deverão manter um nível de capital, medido pela soma do valor de suas ações ordinárias com reservas em dinheiro, equivalente a pelo menos 4,5% dos seus ativos. O padrão internacional é um nível de 2% e nos EUA são exigidos 4%. Os bancos terão um período de transição para adotar as novas determinações. "O apetite por risco melhorou significativamente no fim de semana e os participantes do mercado parecem mais otimistas no começo desta semana", disse Joel Kruger, estrategista da Daily FX. "Isso é positivo para a economia global, que tem estado sob forte pressão nos últimos meses devido a receios de instabilidade no setor bancário", acrescentou. Entretanto, Justin Urquhart Stewart, diretor da Seven Investment Management, disse que o acordo de Basileia 3 "não resolve a próxima crise bancária, porque não se sabe de onde ela virá". Para ele, "as novas taxas não vão impedir que banqueiros tolos forneçam empréstimos ingênuos, apesar de oferecerem um controle maior. Essas regras devem ser bem recebidas, mas não são a salvação de todas as instituições financeiras". Dados econômicos da China divulgados no fim de semana também impulsionaram o sentimento do mercado hoje. Os dados mostraram um aumento maior do que o esperado na produção industrial e nas vendas no varejo, enquanto a inflação ficou em linha com as expectativas. Além disso, a União Europeia elevou sua previsão de crescimento para os 27 países do bloco, devido basicamente a um desempenho melhor do que o esperado no segundo trimestre. A Comissão Europeia espera que o PIB da zona do euro aumente 1,8% neste ano, acima da previsão de 0,9% feita anteriormente. O índice FT-100, da Bolsa de Londres, fechou em alta de 1,16%, em 5.565,53 pontos. As ações do banco Lloyds subiram 2,63%, as do Royal Bank of Scotland ganharam 2,35% e as do HSBC tiveram alta de 2,48%. O setor de mineração também teve um desempenho bom (Kazakhmys +5,21%, Xstrata +3,04%, Rio Tinto +2,54%, Anglo American +3,23% e Vedanta Resources +3,48%). As ações da Nokia subiram 1,63%, após o Barclays Capital elevar sua recomendação. "Os dados da China estão ajudando a reforçar a confiança na recuperação global, fazendo os mais otimistas começarem a imaginar que o FT-100 pode voltar para o nível de abril, acima dos 5.800 pontos, antes do fim do ano", disse a IG Index. Na Bolsa de Frankfurt, o índice Xetra DAX fechou em alta de 0,75%, em 6.261,68 pontos. No setor financeiro, as ações do Commerzbank subiram 2,37%, as do Deutsche Bank 1,70% e as da Deutsche Boerse avançaram 2,09%. Os papéis do Deutsche Postbank recuaram 8,50%, após o Deutsche Bank confirmar que irá levantar ? 9,8 bilhões em capital novo para cobrir a aquisição do banco. A fabricante de cimento Heidelberg Zement teve valorização de 2,63% e a Adidas ganhou 1,31%. O índice CAC-40, da Bolsa de Paris, ganhou 1,11% e fechou em 3.767,15 pontos. Os bancos também foram o destaque do dia (Dexia +6,23%, Crédit Agricole +5,75%, Société Générale +4,30% e BNP Paribas +2,08%). O Société Générale divulgou que espera obter um lucro líquido de ? 6 bilhões em 2012. A EADS teve alta de 1,16%, após a divulgação da notícia de que a empresa está negociando uma encomenda de aviões de ? 16 bilhões com a China. A Lafarge, do setor de construção, ganhou 3,39% depois de ter sua recomendação elevada pelo Credit Suisse. Na Bolsa de Madri, o índice Ibex-35 fechou em alta de 0,71%, a 10.765,20 pontos. O índice FTSE-MIB, da Bolsa de Milão, avançou 0,81%, e fechou a 21.001,62 pontos. Na Bolsa de Lisboa, o índice PSI-20 subiu 1,28%, fechando em 7.534,86 pontos. As informações são da Dow Jones.

Fonte: Estadão - Álvaro Campos, da Agência Estado

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