Ali Akbar Salehi
Irã critica agência nuclear da ONU e desafia Ocidente
O Irã afirmou nesta segunda-feira que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), uma agência da ONU, sofre de uma crise de "autoridade moral e credibilidade" e destacou uma piora nas relações com a entidade. Em discurso aos países-membros na assembleia anual da AIEA, incluindo os Estados Unidos, o coordenador de energia nuclear iraniano, Ali Akbar Salehi, também desafiou as exigências internacionais sobre o programa nuclear de Teerã, que para o Ocidente tem como objetivo fabricar armas atômicas. - A abordagem incivilizada de dupla via, de ameaça e diálogo, não pode ser útil nem frutífera - afirmou Salehi. A referência era à política do Ocidente de impor sanções contra o Irã ao mesmo tempo em que oferece incentivos para pôr fim ao impasse, que já dura oito anos. Falando logo em seguida na mesma assembleia, o secretário de Energia americano, Steven Chu, deixou claro que Washington manteria a pressão sobre o Irã por suas atividades nucleares. - O Irã tem de fazer o é que até agora não fez - cumprir suas obrigações e garantir ao resto do mundo a natureza pacífica de suas intenções - afirmou Chu. - De outra maneira, fica claro que há um consenso internacional amplo e cada vez maior que responsabilizará o Irã caso continue com sua provocação - completou. O representante iraniano criticou o mais recente relatório da AIEA sobre a atividade nuclear do Irã, dizendo que o texto é injusto e sugerindo que as potências ocidentais o influenciaram. - Parece que a agência está sofrendo uma crise de autoridade moral e de credibilidade - afirmou Salehi. O relatório mostrou que o Irã intensificou a atividade de enriquecimento de combustível nuclear, segundo o governo apenas para fins pacíficos, desafiando as sanções mais rigorosas impostas pela ONU, pelos EUA e pela União Europeia desde junho. Também manifestou frustração pela falta de cooperação plena do Irã para com os inspetores da AIEA. As relações entre o Irã e a AIEA têm se deteriorado desde que o diplomata japonês Yukiya Amano assumiu a diretoria da agência em dezembro. Ele assumiu uma postura mais dura com relação ao Irã do que seu antecessor Mohamed ElBaradei. Em seus relatórios ao conselho de governadores da AIEA, ele disse que Teerã pode estar tentando desenvolver um míssil nuclear agora, e não apenas em algum momento do passado.
Fonte: O Globo
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