sábado, 21 de agosto de 2010

Tony Abbott
 
Sem maioria absoluta, Governo australiano fica indefinido

A cara do Governo da Austrália nos próximos três anos ainda está indefinida depois que nenhum dos dois principais partidos políticos obteve a maioria absoluta nas eleições gerais. A oposição conservadora liderada por Tony Abbott jogou por terra as previsões que antecipavam uma vitória apertada do Partido Trabalhista, da primeira-ministra australiana, Julia Gillard. "O Partido Trabalhista perdeu sua supremacia", disse o chefe da coalizão conservadora formada pelos partidos Liberal e Nacional em um ato em um hotel de Sydney. Segundo o canal "ABC", com 76,7% das urnas apuradas, os conservadores tinham obtido 72 cadeiras, contra 70 dos trabalhistas. Os independentes obtiveram quatro cadeiras e o Partido Verde, uma, que pela primeira vez desde sua criação terá representação na Casa de Representantes, composta por 150 deputados. Caso estes resultado se confirmem, a Austrália pode entrar numa espécie de limbo político, já que nenhum partido político terá alcançado as 76 cadeiras que representam a maioria absoluta e permitem governar sem necessidade de recorrer a alianças. Assim, serão os deputados independentes e o representante dos Verdes que terão nas mãos a chave para formar o próximo Governo. Os resultados definitivos só serão conhecidos ao longo da próxima semana, mas a maioria dos analistas prevê que a coalizão conservadora ficará com 74 cadeiras; os trabalhistas, com 71; os independentes, com quatro; e o Partido Verde, com uma. Apesar de perder a maioria parlamentar, Julia Gillard, a primeira mulher à frente da chefia do Executivo australiano, afirmou que os Trabalhistas formarão o próximo Governo. "Ainda restam alguns dias de ansiedade, mas vamos continuar lutando para formar o Governo deste país", disse a primeira-ministra em entrevista coletiva. Em um aparente gesto de aproximação, Julia parabenizou os candidatos independentes e do Partido Verde que obtiveram representação parlamentar e de cujo apoio, provavelmente, os trabalhistas precisarão para seguir à frente do Governo. "Tenho bons antecedentes no Parlamento por trabalhar de forma positiva e produtiva com independentes e verdes", apontou. Mesmo com um único legislador, o Partido Verde será o fiel da balança no Senado, instituição à qual a Constituição confere notáveis poderes, incluindo o de bloquear as leis que o Governo propõe à Casa dos Representantes. A pequena diferença nas últimas pesquisas de intenção de voto levou Julia e Abbott a fazer campanha até o último momento. Cerca de 14 milhões de australianos foram convocados às urnas. Ao redor de 1.200 candidatos disputaram uma cadeira. Embora os resultados não estejam completamente claros, Abbott já disse que iniciaria imediatamente negociações com os independentes para formar Governo. Apesar de a Austrália ter sido um dos poucos países industrializados que se saíram bem da crise financeira global, parte da população tem um profundo descontentamento com os revezes de algumas políticas do Partido Trabalhista. Esse descontentamento derrubou a popularidade do carismático Kevin Rudd, de quem Julia Gillard tirou a chefia de Governo e do partido em junho passado. Rudd começou a decepcionar a eleitores que tradicionalmente apoiaram os trabalhistas por ter retirado uma proposta de lei sobre comércio de gases poluentes apresentada como a espinha dorsal de sua política ambiental. Sua imagem e a do Partido Trabalhista também se deterioraram com o lobby da poderosa indústria de mineração, contrária ao aumento em 40% do imposto sobre a atividade do setor, peça-chave da economia australiana.
Fonte: Terra Brasil

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