A vontade é de estar perto para abraçar, beijar e passar o dia junto. A distância não permite o contato físico, mas também não impede a expressão dos sentimentos na data do Dia dos Pais. “Já acostumei a passar o Dia dos Pais longe do meu pai. Mas não tem problema. Para mim, todo dia é dia de pai, de mãe, de irmão”, comenta o estudante de psicologia João Ricardo de Almeida, 27. Há cinco anos morando em São Paulo, Ricardo viaja com frequência a Salvador para visitar o pai, viúvo, João Carlos de Almeida, 66.
Este mês, o trabalho não permitiu a visita. Aposentado, João Carlos costuma passar os dias lendo livros de filosofia, uma de suas paixões, mas, neste domingo, ele vai dedicar algumas horas para mexer em um bicho de sete cabeças – como ele mesmo denomina o Skype. “Meu filho conseguiu me convencer a mexer no programa para a gente conversar e se ver. Ele disse que está cheio de novidades para contar”, relata. Se não tivesse “agonia” de viajar de avião, João Carlos não pensaria duas vezes em comemorar o seu dia com o filho na terra da garoa. “Não dá. Fui lá tem dois meses. Esse Dia dos Pais vamos passar longe mesmo”, admitiu. A história de João Carlos e João Ricardo nada tem de incomum. Acostumados a passar datas especiais sozinhos, como aniversários, natais e réveillons, muitos pais e filhos utilizam todos os meios possíveis para não deixar de expressar o sentimento que sentem um pelo outro. Do Skype à carta postal, não importa o recurso de comunicação, o objetivo é lembrar o quão especiais eles são um para o outro e conversar sobre a família, os amores, os amigos e também os problemas. “Não adianta, a gente sempre acaba conversando sobre aquele primo que está com dificuldades; sobre as questões de família. Afinal, faz parte da relação de pai e filho. Isso quando os dois já são adultos o suficiente”, diz o aposentado. Com os três filhos adultos longe de Salvador, o engenheiro mecânico e funcionário do Polo Petroquímico, Fábio Pimentel Gaiarsa, 59, conta que vai passar o Dia dos Pais com as netas e as avós delas. Mas, se pudesse estar perto, reuniria todos para ir almoçar ou jantar em um bom restaurante. Diferente do pai João Carlos, Fábio Pimentel já é adepto às novas formas de comunicação e quando quer matar a saudade, recorre a alguma delas. “Utilizamos todos os meios ao nosso alcance, incluindo também blogs, redes sociais e outros. Desta forma a comunicação é diária, e sabemos sempre onde estão, como estão e o que estão fazendo”, conta. Para o engenheiro, o Dia dos Pais é uma data importante, pois faz refletir sobre as realizações alcançadas e as tarefas cumpridas no papel de pai. “A data nos faz pensar no assunto, principalmente, no que conseguimos realizar”, afirma. Sobre qual seria o melhor presente para ganhar, Fábio não pensa duas vezes: “Sempre disse a eles que o melhor presente para mim são eles mesmos”. Curiosamente, os três filhos do engenheiro entraram na área de comunicação e arte. Adriano, 33, é músico, e vive viajando. “Está tocando em algum lugar do mundo”, explica o pai. Renato, 30, publicitário e cineasta, “está em algum lugar do Brasil trabalhando em campanha política”, e Clarissa, 26, é jornalista. “Ela está trabalhando em outra capital com assessora de comunicação em produções culturais”, conta orgulhoso.
Fonte: A Tarde - Hieros Vasconcelos
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