segunda-feira, 26 de julho de 2010

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Celso Amorim

Novas sanções ao Irã prejudicam o diálogo e o povo, diz Amorim


Em viagem ao Oriente Médio, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, lamentou nesta segunda-feira (26) a aprovação pela União Europeia (UE) de uma nova rodada de sanções ao Irã. O chanceler afirmou que as restrições não contribuem para o diálogo e ainda prejudicam a população. Segundo ele, o Brasil vai manter os esforços para negociar um acordo entre o Irã e a comunidade internacional que encerre o impasse.  “(O pacote com as novas sanções) é uma pena. Quem sofre com as sanções é o povo. Em todos os casos, as elites dão um jeito de se manter (quando há restrições)”, disse Amorim, que se reuniu com autoridades palestinas em Ramalá, na Cisjordânia. “Não vou falar coisas aqui que possam significar o enrigecimento de posições.”  Pela manhã, a UE decidiu pela suspensão de investimentos nos setores de gás e petróleo no Irã. Também aumentou a vigilância e a fiscalização sobre os bancos iranianos, além de adotar mais restrições a voos de carga. Segundo diplomatas, as medidas são mais duras do que se havia previsto inicialmente.  As sanções incluem ainda a proibição às empresas europeias de venderem equipamentos para a produção e refinamento de petróleo e gás para o Irã. As companhias estão vetadas ainda de aplicar em projetos, assistência técnica e transferência de tecnologia à indústria petrolífera iraniana.  Para Amorim, é fundamental tentar negociar um acordo. Disposição que, segundo ele, o governo do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, tem demonstrado. “Em todas as reuniões com o Irã, nós sugerimos que eles sejam pacientes”, disse o chanceler. “Eu espero que o Irã aja com flexibilidade.”  No domingo (25), Amorim se reuniu com os ministros das Relações Exteriores da Turquia, Ahmet Davutoglu, e do Irã, Manuchehr Mottaki. Ao final do encontro, decidiram retomar os esforços para tentar negociar o acordo de troca de uânio – definido em maio, mas logo em seguida rejeitado pela comunidade internacional, que optou pela imposição de sanções via Conselho de Segurança das Nações Unidas.  Em 17 de maio, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, além do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, fecharam um acordo na tentativa de acabar com a crise gerada pelo desenvolvimento do programa nuclear. Pelo acordo, o Irã enviaria 1,2 tonelada de urânio enriquecido a 3,5% para a Turquia. Em troca, no prazo de até um ano, receberia 120 kg do produto enriquecido a 20%. No entanto, o acordo foi rejeitado pela maior parte da comunidade internacional, liderada pelos Estados Unidos. Segundo eles, o programa nuclear do Irã é suspeito de esconder a produção de armamentos. Ahmadinejad nega as acusações. Segundo ele, os fins do programa são pacíficos.  Apesar das negativas das autoridades iranianas, em 9 de junho, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas aprovou as sanções ao Irã. Apenas o Brasil e a Turquia votaram contra a adoção das restrições. O Líbano se absteve.

Fonte: Abril.com

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