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Presidente Lula

Lula nega interferência em acordo Oi-Portugal Telecom

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não interferiu no acordo envolvendo Portugal Telecom e Oi, anunciado nesta quarta-feira. Lula disse ainda que a Oi continuará a ser uma empresa de capital nacional.  "O Brasil não poderia ter nenhuma influência nas negociações entre Telefónica da Espanha e Portugal Telecom", disse Lula a jornalistas ao ser questionado sobre o assunto, no Itamaraty.  "Enquanto eu for presidente, a empresa (Oi) vai continuar como empresa nacional. Foi para isso que foi criada, para ajudar o país na banda larga", acrescentou.  Portugal Telecom e Oi anunciaram nesta quarta-feira uma aliança pela qual ambas as empresas terão participação uma no capital da outra. A Portugal Telecom desembolsará até 8,44 bilhões de reais por uma fatia de 22,4 por cento na Oi, enquanto a empresa brasileira terá até 10 por cento de participação no grupo português.  Em nota à imprensa, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que ajudou a viabilizar a compra da Brasil Telecom pela Oi em 2008 para formar a supertele nacional que o governo federal desejava, disse considerar "bastante positiva" a eventual aliança entre Oi e Portugal Telecom.  "A iniciativa garante que os pressupostos da reestruturação societária apoiada pelo BNDES em 2008 serão integralmente mantidos. Ou seja, a empresa continuará a ser uma companhia de telecomunicações com controle brasileiro", segundo o BNDES.

Ainda conforme o banco de fomento, seja qual for o tamanho da participação do BNDES na Oi após a aliança com a Portugal Telecom, "a aliança não altera os direitos que o banco possui atualmente como acionista da Oi". A Oi foi a maneira encontrada pela Portugal Telecom de continuar presente no Brasil, diante da ofensiva da espanhola Telefónica para comprar a fatia da empresa portuguesa na operadora móvel Vivo.  A Telefónica, que divide o controle da Vivo com a Portugal Telecom por meio da joint-venture Bracilcel, vai pagar 7,5 bilhões de euros ao grupo português pela participação que este detém na maior operadora celular do Brasil.

Fonte: O Globo - Reportagem de Raymond Colitt