Delegação do Corinthians desembarca em clima pesado e lamenta morte
Paulinho
As
últimas passagens do Corinthians por aeroportos foram bem mais festivas
do que a observada na tarde desta quinta-feira, em Cumbica. Torcedores e
jogadores voltaram em um clima obviamente pesado da Bolívia, onde
morreu o torcedor Kevin Beltrán Espada, de 14 anos, atingido por um
sinalizador durante o empate de seu San Jose com o Timão. Até as tietes dos atletas foram mais tímidas diante da situação. Nem o
atacante Alexandre Pato arrancou os tradicionais gritos femininos,
emudecidos pelo semblante fechado de todos, algo que ficou mais claro no
técnico Tite, o que não chegou a causar surpresa. "É difícil até falar porque qualquer tipo de palavra não vai trazer a
vida do menino de volta. Foi lamentável, uma tragédia. Nosso resultado
foi até bom, mas como você vai pensar no resultado com uma tragédia
dessas. Não tem nem palavras, é lamentar mesmo. A família precisa de
apoio e força", afirmou o volante Paulinho. De acordo com os atletas, a notícia da morte só chegou após a
partida. Renato Augusto, por exemplo, julgou que os objetos atirados
pelos torcedores do San Jose nos jogadores do Corinthians que faziam seu
aquecimento fossem apenas uma hostilidade normal de Copa Libertadores. "Não estava entendendo bem por quê. Achei que só estavam torcendo
contra a gente, a favor do time deles. A gente ficou sabendo só depois,
no vestiário. E é claro que foi muito triste, esse jogo vai ficar
marcado na história de cada um. A gente chorou pela criança", disse o
meia. Já os dirigentes mantiveram a linha adotada na própria Bolívia, na
última quarta. O diretor adjunto de futebol do Corinthians, Duílio
Monteiro Alves, e o gerente de futebol, Edu Gaspar, lamentaram o
ocorrido e se colocaram à disposição da família do garoto. Segundo Edu, nenhum dirigente do San Jose procurou os cartolas do
Timão ao término da partida. A delegação alvinegra permaneceu em Oruro
algumas horas após o jogo e partiu para São Paulo em um voo no qual as
dificuldades para se atuar em uma altitude superior a 3.700 metros não
foram discutidas. "A gente conversou bastante sobre o que aconteceu para esclarecer
alguns fatos e tentar ajudar a família da melhor maneira possível.
Primeiro, você toma aquele susto. Meu filho está toda hora no jogo, o
filho do Duílio também. É complicado", resumiu o gerente.
Fonte: Portal Terra - Matéria de Marcos Guedes
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